As dez faces da inovação

As dez faces da inovação

Estou concluindo a leitura do livro de Tom Kelley – As dez faces da inovação. Sabe aquele livro que você não tem vontade que acabe, tão rica é a experiência com ele? 

Na busca de criar e estimular uma cultura de inovação, esse demonstra que pessoas podem criar, experimentar, inspirar e construir novas idéias a partir de suas competências, sendo que não existe uma personalidade pre-disposta para inovar. Vou descrever uma a uma em detalhe, começando pelas pessoas que valorizam o aprendizado, primeiro perfil:

1 Antropólogo

A pessoa que possui caracteristicas de perfil de antropologo, está observando e estudando profundamente você e eu, pessoas, nossos comportamentos, hábitos e atitudes para trazer mais aprendizado e insight para as organizações, o que permite às empresas descobrir mais sobre seus clientes, por meio do método que os antropólogos aprenderam ao estudar culturas distantes. Alguém com esse perfil pode ficar horas em um revistaria folheando revistas para encontrar tendências variadas, que a um olho comum, não teriam relação alguma. É uma pessoa como Henry Ford que entendeu que não bastaria colocar mais cavalos numa carruagem e sim dar um outra forma de locomoção as pessoas.

Atitudes:

1.    Tem a mente como de uma criança sempre aberta para ver as coisas como se fossem da primeira vez, sem preconceitos. Ou a mente Zen, mente de principiante.

2.    Observam, são empáticos.

3.    Criam inferencias ouvindo sua intuição

4.    Tem carteiras de idéias, ou um caderno de anotações com coisas surpreendentes que percebem, conceitos inovadores e problemas que precisam de solução.

5.    Estão dispostos a revirar o lixo por pistas – não exatemente, mas procuram em lugares menos óbvios.

6.    Nao generalizam.

Métodos antropológicos:

1.    pergunte, observe, aprenda e experimente,

2.    vá ao campo,

3.    observe o que acontece com olhar fresco.

4.    Fale com as pessoas. Pergunte sobre algo que elas possuem ( ex. Sapatos), diga algo de si mesmo ( seus interesses, seu dia). Peça para trazer um amigo junto ( ajuda a quebrar o gelo e a conversa fluir melhor), lembre da importancia da participação para seu projeto, peça permissão para o passo abaixo. Pergunte o que elas comprariam se tivessem, R$100 ou R$1000. Divirta-se!

5.    Passe tempo com as pessoas no habitat natural delas. Voce perceberá que nao existe dia que nao seja usual. A vida é mais bagunçada que a propaganda da revista.

6.    Filme, tome notas.

7.    Crie mapas experienciais. Pergunte como as pessoas se sentem, como as escolhas delas as fazem sentir.

8.    Possibilite encontros inter-geracionais.  Vovos e netinhos.

9.    Passe uma semana anotando tudo o que nao funciona, aqueles pequenos jeitinhos que damos nas coisas, isso pode ser uma oportunidade inovadora. Voce pode ter uma nova ideia de um produto, ou uma nova categoria que esta precisando melhorar muito para o consumidor. Veja mais em: http://www.ideo.com/by-ideo/thoughtless-acts

10. Vá a uma revistaria e folheie muito. É de graça e voce terá muitas novas idéias, insights e imagens frescas.

11. Para saber sobre o futuro, olhe para os pré-adolescentes e adolescentes de hoje.

Empresas sem chefes?

Lendo o artigo do Valor Econômico, "é possível uma empresa sobreviver sem chefe", baseado numa reportagem do The Wall Street Journal, http://www.valor.com.br/carreira/2725866/e-possivel-uma-empresa-sobreviver-sem-chefe?goback=%2Egde_2021065_member_128286605 fiquei contemplando a idéia e pensando quão viável ela é para a maioria das indústrias.

Cada vez mais equipes assumem por elas mesmas algumas funções gerenciais. Eu mesma já estive em posição de gerenciar projetos com pessoas em níveis hierárquicos superior ao meu e pude exercitar competencias relevantes, como trabalho em conjunto, gestão de incentivos e diplomacia corporativa. Mas no final do dia, sempre prestava contas para um chefe. Por isso pergunto, será possível que uma empresa funcione coletivamente e assuma o papel de um bom chefe?

Como lidar com a questão cultural e adaptação individual em uma realidade em que a autonomia e ao mesmo tempo a co-relação é realidade? Em que voce não pode escalar um tema, porque não há níveis acima?

Será possível que as próprias equipes determinem que projetos são prioritários em uma empresa e que todos sejam livres para se juntar ao que escolherem?

Em um mundo em que a gestão por projetos e não por departamentos ainda não é realidade na maioria das empresas, a empresa sem chefe me parece uma solução para poucos.

Admirável mundo novo?

Certamente o momento das redes sociais advém das transformações da segunda metade do século XX que impactaram a forma como nos relacionamos e consumimos.

As redes sociais são canais de expressão de opinião, desejos, anseios. Elas conduzem conteúdos que são traduzidos a partir do contexto de cada leitor. Individual, intransferível e de difícil entendimento. Propagam-se de acordo com afinidades de interesses e gostos, nem sempre fáceis de prever. Transformam nossa relação com os outros e até com as marcas. Aceleram nosso ritmo, facilitam a vida, causam dependência.

Há muito mitos em relação as redes sociais e suas ferramentas. Inicialmente imagina-se que o engajamento e o relacionamento online seria mais fácil, barato e transparente. Mas não é a regra do dia. Os algoritmos utilizados em buscas nem sempre estão disponíveis, as search engines são tendenciosas e a publicidade online é um leilão de quem paga mais.

As antigas formas de ser um bom marqueteiro são reinventadas, mas a base não se foge do planejamento, da criação, das métricas e também dos altos fees das agencias. 

Concordam, discordam?

Impactando a sociedade com humor!

Um video ironiza a questao da falta de manutencao das vias de Porto Alegre. O vídeo “Paraíso do Golf“ foi criado por publicitários foi sucesso no Youtube . No vídeo postado três homens disputam uma partida de golfe nas ruas de Porto Alegre. O alvo são buracos em ruas da Capital.  É na verdade um protesto bem-humorado quanto às más condições de diversas ruas, avenidas e calçadas da capital gaúcha.    O vídeo tornou-se um viral que somando-se a outras iniciativas engajou a população a reportar problemas do município e cobrar resolução (coleta de lixo, preservação de patrimonio público e etc). Como Porto Alegre eu curto eu cuido.  http://www.eucurtoeucuido.com.br/site/index.php Assim como outros vídeos com personagens gaúcho famosos como o guri de Uruguaina:   E aí paulistanos, vamos pegar emprestada essa excelente idéia dos gaúchos?

Inovação na indústria de saúde: Site Sul-africano de referências médicas

Which Doc é um site de uso gratuito conectado ao Facebook em que pacientes podem fazer resenhar médicas e de serviços de saúde completamente anônimos.

Sabemos que a internet é o meio preferido pela maioria das pessoas para encontrarem informação, produtos e serviços. A necessidade de cuidados médicos e informações de saúde confiáveis infelizmente não é facilmente suprida pelas mídias sociais. Busque resposta por um tratamento ou doença e faça o teste. Há muitas respostas poucas são profundas e que solucionam realmente problemas.

É certo de que as informações nao substituem o tratamento, mas são no entanto uma potente ferramenta de esclarecimento, educação e conexão.

O futuro das mídias sociais está em prestação de serviço, em como ajudar usuários a resolver problemas socialmente. Usuários se engajam para conectar-se e transmitir resultados positivos. A disseminação de bondade é o motor para pessoas colocarem referencias médicas e de serviços relacionados.

Antes você procurava referência off-line, conversando com amigos, agora você pode procurar indicações através das redes.

O site WhichDoctor™, pretende ser uma central única de solução de problemas de informação e contatos  esta na sua fase beta. Não custa nada para os médicos serem listados e também nada para o usuário para usar o site.

Farmácias, clinicas, academias, associações e lojas de produtos médicos estão listados no site.

Mais funcionalidades serão adicionadas no decorrer do teste.

Não fica claro no site, mas acredito que a cobrança de anúncios será o ganha pão de Which Doc: http://www.whichdoctor.co.za/

Profissionais de saúde, qual sua opinião sobre o tema?

Dez dicas para o líder inovador

O mais difícil da inovação é sem duvidas traduzir ideias em ações. Um artigo americano denominado Ten Tips for the Innovative Leader de Paul Sloane nos guia por esse caminho

1.    Estabeleça uma visão de mudança

Saiba qual a direção que quer seguir. Inove com um propósito.  Tangibilize a visão, os objetivos e os desafios. Explique para as pessoas seu papel no processo de mudança.

2.    Lute pela mudança

Evangelize para a mudança. Ajude as pessoas a entenderem que correr os riscos e sair de sua zona de conforto vale a pena.

3.    Pense como um Venture Capitalist

Falhe com mais frequência,  saiba que alguns projetos de seu portfolio falharão.

4.    Use um esquema de sugestões dinâmicas

Reconheça as sugestões e de respostas para os insumos que recebe. Mantenha um programa de recebimento de novas ideias e propostas.

5.    Quebre regras

Desafios os pressupostos. Negócios são como arte e não como esportes com regras bem definidas.

6.    De a todos dois trabalhos

1^o. Convide todos a pensarem como podem fazer seu trabalho de forma mais efetiva e 2^o. Ache formas completamente novas de fazer seu trabalho.

7.    Colabore

Busque parcerias com outras organizações para inovar

8.    Acolha o fracasso

Apoie a cultura da experimentação, entenda que o fracasso é apenas um passo para atingir o sucesso. Liberdade para inovar precisa ter como base a liberdade para experimentar e para ter sucesso. E também para o fracasso.

9.    Construa protótipos

Experimente novas ideias aprendendo com base na reação dos consumidores. Falhe no mundo real e aprenda mais e mais rápido.

10. Seja apaixonado

Uma empresa para inovar e mudar precisa de evangelistas, apoiadores apaixonados, pessoas que acreditam que chegar ao destino final vale a pena. Lideres precisam ser apaixonados no que eles acreditam e comunicar essa paixão sempre quando falam.

Arquitetura empreendedora, inovadora e sustentável

Fui contagiada pela paixão do arquiteto Cameron Sinclair em fazer a diferença através de seu trabalho durante sua apresentação na Fronteiras do Pensamento no mês de junho. Ele é o fundador e diretor executivo da organização sem fins lucrativos, a Architecture for Humanity - http://architectureforhumanity.org/-, que promove a arquitetura e soluções de design para auxiliar comunidades em crises e situação de risco.

As duas horas de bate papo – apesar de ele estar em cima do palco da sala São Paulo e eu sentada na plateia – incitou meu interesse em conhecer mais o trabalho de  Sinclair e de como a arquitetura pode mudar e até salvar vidas.

Ele começou a Architecture for Humanity apenas com outra arquiteta parceira, dedicava suas noites depois que saia de um escritório de arquitetura em que trabalhava para o projeto. Para um dos primeiros projetos, na África do Sul, pediu dinheiro para amigos, família e conhecidos, foi chamado de chato e deixou de ser convidado para festas devido a insistência para angariar fundos. Desse momento para o hoje, mais de uma década passada, sua rede se estende por 60 países, envolvendo mais de 500 parceiros. Suas construções já beneficiaram mais de 2 milhões de pessoas em 42 países.

Ele foi responsável pela reconstrução de hospitais, escolas e casas em dezenas de países, com eficiência e rapidez através de planos sustentáveis de co-criação, inclui participação da comunidade desde o planejamento, geração de renda e capacitação de membros das comunidades e manutenção das instalações pelas comunidades destruídas por guerras e desastres naturais.

Entre os exemplos, citou uma pista de skate no Afeganistão ( veja o video), um complexo educacional no Sri Lanka e a construção de um conjunto habitacional na África do Sul.

Vale a pena conhecer um pouco mais desse empreendedor sustentável e inovador no site da:

·      www.architectureforhumanity.org/

·      http://architectureforhumanity.org/files/Annual_Report_2010_FINAL.pdf